quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Pequena Âncora

Todos os dias eu fujo de mim mesmo
todos os dias eu acordo e não percebo
que eu perco tempo só pensando no passado
e do presente eu me esqueço

Dizem que eu fingo ou minto tudo que escrevo
dizem que eu sou fri mas não sou não
apenas sinto com a imaginação
eu não uso mais meu coração

Poeta bom não faz poesia certa
a vida é bela mas a vida é inconcreta
alguém mudou minha noção de realidade
me ensinou que a sensação é única verdade

Eu vi vislumbres do futuro e eu não gostei do que eu vi
agora eu sei como é por lá, agora eu sei que eu não quero ir
as coisas boas já não passam por aqui
restam lembranças pra eu poder sorrir
sozinho outra vez eu fui dormir

A esperança me dá asas a imaginação
vida maluca que não segue um padrão
meus pesadelos me desprendem da razão
eu tenho uma âncora pequena que me puxa para o chão
me traz de volta para o chão
pequena âncora que me arrasta
é a razão que me arrasa

Na minha vida o que era bom chegou de pára-quedas
coincidência não me mira e também não me erra
o de repente nunca vem quando você espera

Eu repasso passo a passo
eu passo o dia todo só a relembrar
que a minha âncora faz falta
mas eu posso me acostumar
eu sei que tudo um dia vai passar
vou repetindo as reticências dessa essência ao meu ver
as coisas se conseguem se consentindo que eu não consigo mais correr
essa corrida quem criou foi só você

O que vem fácil fácil vai
é o que meu pai dizia
quando a esmola é demais o santo desconfia
pequena âncora era o que eu queria
tudo que eu queria

Mas o sopro do tempo sempre me ameaça
felicidade vem, felicidade passa
pequena âncora foi embora
a lágrima presa agora rola
pequena âncora foi embora
o ruivo que ria agora chora

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