quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Sunshine I

            Seu verdadeiro prazer era realmente o toque do sol. O sol, em seu brilho, era muito fascinante. “O toque do sol é divino” dizia. Pensava que não era a toa que o sol tenha sido considerado por tantas civilizações como um deus supremo. Alguns amigos ateus dele diziam que se deus existisse, ele com certeza era o sol.
            O sol o fazia sentir a vida como existente, como viva, e corria por seu corpo. Energia em sua mais pura definição. O corpo todo interage com ela, a assimila como parte integrante, é muito difícil definir a sensação no corpo de algo que, muitos pensariam, é uma centelha divina que te toca. E você sente, até da maneira mais vulgar, na pele, com suavidade e força ao mesmo tempo.
            As cores ficam mais vivas. Ele gostava de pensar que o toque do sol era que dava brilho às coisas, os contrastes, deixando tudo parecer obra de arte. Talvez transforme tudo em um sonho surreal. Mas o colorido do natural ficava realmente tão belo quanto um quadro de Da Vinci, tão psicodélico quanto a música, tão vibrante quanto o calor que o sol proporciona. 

            O nascer e pôr-do-sol eram para ele os fenômenos mais espetaculares do planeta, e mesmo assim são relativamente acessíveis, com um pouco de esforço se acha um bom lugar para assisti-los. Ver algo que ele sentia ser fonte de vida chegando à Terra e indo embora.

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