Seu verdadeiro prazer era
realmente o toque do sol. O sol, em seu brilho, era muito fascinante. “O toque
do sol é divino” dizia. Pensava que não era a toa que o sol tenha sido
considerado por tantas civilizações como um deus supremo. Alguns amigos ateus
dele diziam que se deus existisse, ele com certeza era o sol.
O
sol o fazia sentir a vida como existente, como viva, e corria por seu corpo.
Energia em sua mais pura definição. O corpo todo interage com ela, a assimila
como parte integrante, é muito difícil definir a sensação no corpo de algo que,
muitos pensariam, é uma centelha divina que te toca. E você sente, até da
maneira mais vulgar, na pele, com suavidade e força ao mesmo tempo.
As
cores ficam mais vivas. Ele gostava de pensar que o toque do sol era que dava
brilho às coisas, os contrastes, deixando tudo parecer obra de arte. Talvez
transforme tudo em um sonho surreal. Mas o colorido do natural ficava realmente
tão belo quanto um quadro de Da Vinci, tão psicodélico quanto a música, tão
vibrante quanto o calor que o sol proporciona.
O
nascer e pôr-do-sol eram para ele os fenômenos mais espetaculares do planeta, e
mesmo assim são relativamente acessíveis, com um pouco de esforço se acha um
bom lugar para assisti-los. Ver algo que ele sentia ser fonte de vida chegando
à Terra e indo embora.
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