De repente percebeu que lhe restavam
apenas lembranças de uma outra época.
Pensou em músicas, em pessoas, em
milhares de memórias criadas por ele mesmo.
Viu-se em outras ruas. Sentiu texturas.
Sorriu das travessuras.
As conversas. Longas, intermináveis,
sobre tudo, qualquer coisa que nos deixe aqui, falando e se olhando, como se o
mundo parasse.
A intensidade. Aquele explodir do
peito, “como um tremor de terra”. Os gritos...
Uma garrafa vazia, cinzas no lençol,
uma vitrola tocando Pink Floyd.
Tantos lugares, tanta coisa, tanto
tudo.
De repente se percebeu ali sentado.
Não pareciam ser a mesma pessoa, mas eram.
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