segunda-feira, 23 de maio de 2011

Os Lírios



Os Lírios

Alinho o aluguel da minha lucidez
alienado eu sou
alheio a tudo isso, eu não ligo, passo a vez, aplaudindo a quem ficou
aliendado eu sou
Altero o alcance da minha estupidez
aumento a minha dor
Eu acato as decisões que o acaso me impõe
aliendado eu sou

A sorte me visitava só pra rir de mim, veio cortar as relações
o devaneio veio aqui e rompeu percepções
e o azar veio somar-se às minhas equações
nublar concepções
O acaso repetia à risca sempre o mesmo resultado
o azar não joga dados onde eu os possa ver
e eu hoje acho graça, faça o que se faça
o futuro é uma charada que eu não posso responder

Eu adoro o inesperado, o impossível, o intocável, inconscientemente
me fascina tanto quanto me estressa a rotina que nubla minha mente
inesperado, inteligível, até inimaginável, memorável,
mas não é tudo que se sente

Parece que o passado nunca passa por aqui
pareço descuidado, distraído, alienado,
eu sei que sou assim, já faz parte de mim,
o acaso é debochado e me acompanha até o fim
alienado eu sou, é tudo que restou,
revejo os meus conceitos de uma vida que mudou
a sorte acabou, alienado eu sou

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